Evento reúne trabalhadoras e trabalhadores da rede solidária de todo o estado para debater reconstrução, políticas públicas e fortalecimento das redes cooperativas
Mais de 200 representantes de empreendimentos solidários de seis regiões gaúchas se reúnem nos dias 27 e 28 de junho, em Porto Alegre, para o 5º Encontro Estadual da Unisol-RS. O evento marca a retomada presencial da rede após as enchentes de maio de 2024, que afetaram duramente comunidades e negócios solidários no Rio Grande do Sul.
A cerimônia de abertura, às 10h da sexta-feira, 27, contará com a presença do secretário nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto de Carvalho, do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto e de lideranças políticas e sociais.
Com foco no fortalecimento das cadeias solidárias e na reconstrução dos empreendimentos, o encontro reunirá cooperativas, associações e coletivos dos setores de reciclagem, confecção, alimentação saudável, artesanato e finanças comunitárias. A maioria dos 113 empreendimentos filiados é composta por mulheres – que representam 70% da base da Unisol-RS.
Solidariedade como caminho da reconstrução
Para a presidente da Unisol-RS, Nelsa Nespolo, referência nacional e internacional na economia solidária, o encontro simboliza a força da organização coletiva frente aos desafios.
“A economia solidária é feita de gente que transforma. Este é um encontro estratégico para reafirmar que é possível gerar trabalho e renda com base na cooperação, mesmo diante da calamidade que atingiu duramente quem já enfrentava vulnerabilidade social”, afirma.
Nespolo lembra que a Unisol atuou ativamente durante a crise, levando alimentos, colchões, abrigo e apoio direto aos empreendimentos e às comunidades. “Só se avança juntos. Nossa rede é nossa força”, sublinha.
Investimento e desafios na reciclagem
Entre os setores mais atingidos, a reciclagem começa a ser reconstruída com apoio de políticas públicas e entidades como a Fundação Banco do Brasil, que destinou R$ 4,3 milhões para recuperar cinco galpões destruídos nas regiões Metropolitana e Vale do Sinos – onde atuam cerca de 2.500 trabalhadores. Os desafios, no entanto, seguem: escassez de resíduos recicláveis, queda no valor de comercialização e renda insuficiente ainda são realidade.
TEXTO ORIGINALMENTE PUBLICADO NO SITE EXTRACLASSE https://www.extraclasse.org.br/economia/2025/06/encontro-da-economia-solidaria-na-retomada-pos-enchente/